Formação política desenvolve visão crítica em jovens de comunidades impactadas pela EFC
4 de abril, 2016

Eduardo Galeano, jornalista e escritor uruguaio, disse em depoimento durante as ocupações de 2011 da Praça de Cataluña (localizada na Barcelona, Espanha): “cada vez que eu me junto a essas concentrações lindíssimas com os jovens, penso ‘há um outro mundo que nos espera’ […]. E são os jovens que nos levam para frente”. A fala foi retirada de um dos vídeos utilizados para inspirar os 29 participantes da formação política, ocorrida nos dias 2 e 3 de abril, na Casa Familiar Rural de Buriticupu.

Eduardo Galeano, jornalista e escritor uruguaio, disse em depoimento durante as ocupações de 2011 da Praça de Cataluña (localizada na Barcelona, Espanha): “cada vez que eu me junto a essas concentrações lindíssimas com os jovens, penso ‘há um outro mundo que nos espera’ […]. E são os jovens que nos levam para frente”. A fala foi retirada de um dos vídeos utilizados para inspirar os 50 participantes da formação política, ocorrida nos dias 2 e 3 de abril, na Casa Familiar Rural de Buriticupu.

Trata-se de uma formação política continuada, promovida pela rede Justiça nos Trilhos em parceria com o Grupo de Estudos Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente (GEDMMA), da Universidade Federal do Maranhão. Teve início em dezembro de 2014 com o objetivo de formar lideranças jovens que pudessem atuar em suas comunidades de forma crítica aos grandes empreendimentos “desenvolvimentistas” instalados na região.

Nesse primeiro encontro do ano de 2016, estiveram presentes jovens das comunidades impactadas pela Estrada de Ferro Carajás (EFC): Igarapé do Meio, Buriticupu, Santa Rita, Itapecuru Mirim, São Luís e da Terra Indígena Pindaré, situada em Santa Inês. Durante a formação houve reflexões e debates sobre o atual perfil do jovem brasileiro, análises de textos, trabalhos em grupos e avaliação das formações realizadas no ano passado.

Joércio Pires da Silva, o Leleco, do Quilombo de Santa Rosa dos Pretos (Itapecuru Mirim) afirma que essas formações políticas desenvolveram nele uma visão crítica sobre a realidade da comunidade onde vive. “Eu passei a conversar com as pessoas mais velhas e a entender a realidade. Nessa perspectiva, tento desenvolver lá um trabalho, conversar com os mais jovens, mostrando a verdade sobre a mineração, o que de fato ela traz para comunidade, para população do território quilombola”.

Por Idayane Ferreira