Integrantes da Escola de Educação Popular participam do XVII Encontro Humanístico

Integrantes da Escola de Educação Popular participam do XVII Encontro Humanístico


Nos dias 22 e 23 de junho (quinta e sexta), integrantes da Escola de Educação Popular – Turma de Formação Política, coordenada pela Justiça nos Trilhos (JnT) e Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente (GEDMMA), apresentarão suas pesquisas e reflexões no XVII Encontro Humanístico, que está sendo realizado na Universidade Federal do Maranhão – Campus Bacanga-São Luís.

Confira nossa agenda de participação:

Dia 22/06/23 (quinta-feira)

10h40-12h10 – Mesa redonda “O ITAPECURU ERA NEGRO!”: SENTIDOS DE LIBERDADE, MEMÓRIAS DE RESISTÊNCIA E PRÁTICAS DE INSURGÊNCIA QUILOMBOLA DIANTE DA VIOLÊNCIA DOS PROCESSOS DE EXPROPRIAÇÃO – por ANACLETA PIRES DA SILVA, CARLA CRISTINA BARROS PINHEIRO, CINDIA BRUSTOLIN, JOÃO BATISTA SOUSA PEREIRA
4 – Natureza, Povos e Comunidades tradicionais presencial
Local: Sala b1-103

17h-18h30 – Mesa Redonda PLANO DIRETOR RURAL E A DEFESA DO TERRITÓRIO FRENTE AO AVANÇO DO MONOCULTIVO – por VALDÊNIA APARECIDA PAULINO LANFRANCHI, JOÃO PAULO ALVES DA SILVA, GABRIELLE MORAES PRATES, ANTÔNIA FLÁVIA DA SILVA NASCIMENTO
6 – Subjetividades, desigualdade e cuidado com a sociedade presencial
Local: Sala b2 – 202

Dia 23/06/23 (sexta-feira)

9h-10h30 – Mesa redonda ESCOLA DE EDUCAÇÃO POPULAR: INSTRUMENTO DE LUTA E RESISTÊNCIA DOS POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS EM FACE AO MODELO DE DESENVOLVIMENTO – por JOÉRCIO PIRES DA SILVA, DJELMA VIANA GUAJAJARA, JOÃO VICTOR BARBOSA AIRES, JOSICLÉA PIRES DA SILVA 4 – Natureza, Povos e Comunidades tradicionais Presencial Local: Sala B2-202

10h40-12h10 – Mesa redonda ZONA RURAL, RESERVA EXTRATIVISTA TAUÁ-MIRIM E LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO – por HORÁCIO ANTUNES DE SANT’ANA JÚNIOR, MARIA MÁXIMA PIRES, ALBERTO CANTANHEDE LOPES, JOSÉ GUILHERME CARVALHO ZAGALLO 4 – Natureza, Povos e Comunidades tradicionais Presencial Local: Sala B2-202

Genilson Guajajara: “Meu território é uma universidade e os anciãos são os troncos do conhecimento”

Genilson Guajajara: “Meu território é uma universidade e os anciãos são os troncos do conhecimento”


Fotógrafo formado em cinema indígena e comunicador popular, durante a palestra “Demarcando telas através da imagem” define a sua aldeia como fonte de sabedoria ancestral e compartilha saberes sobre a força da fotografia para a luta indígena

Com essa afirmação, Genilson Guajajara, natural da Aldeia Piçarra Preta, da Terra Indígena Rio Pindaré, em Bom Jardim (MA), deu início a palestra “Demarcando telas através da imagem”, um evento realizado no dia 23/05, no auditório da Universidade Federal do Maranhão – UFMA (Campus Imperatriz), pelo Love – Laboratório de Comunicação Visual e Edição Criativa e Justiça nos Trilhos (JnT), com apoio do curso de Jornalismo da UFMA, onde ele conduziu um momento singular com mais de 100 pessoas, entre estudantes de Jornalismo, de outros cursos, professores e participantes presentes.

A originalidade da arte de Genilson é sentida logo no primeiro contato. Antes de mostrar as fotografias ao público, o jovem fotógrafo teceu reflexões sobre o seu encontro com essa linguagem. “O meu primeiro contato com a câmera foi numa oficina dentro da Escola de Formação Política, realizada pela Justiça nos Trilhos e GEDMMA, onde jovens de comunidades indígenas e povos tradicionais, que são afetados por grandes empreendimentos da mineração e agronegócio, compartilham suas experiências”, afirma.

“Aquelas conversas me abriram os olhos. Percebi que muita coisa que acontecia na aldeia, e que para mim era normal, mas não tinha nada de natural. Descobri ali que minha arma de luta seria a fotografia”, relembra Genilson. Na palestra, Genilson aproveita para contar como demarca sua cultura produzindo imagens, compartilhou a profundidade de suas experiências, a intensidade emocional e a essência espiritual que transparece em suas fotografias.

A presença das fotografias de Genilson Guajajara em exposições e em grandes indicações a premiações no Brasil e no exterior também foi ressaltada. Em 2021 foi indicado ao Prêmio Pipa, a janela para arte contemporânea brasileira, ficando em 4° lugar. Nesses espaços, Genilson tem compartilhado com o mundo, o seu olhar sobre rituais ancestrais, o cotidiano de seu povo, a luta pelo preservação do território. Ele deu início a sua jornada, registrando a Festa da Menina Moça, um momento repleto de emoção e significado para sua comunidade.

“Meu território é uma universidade”

Saberes sobre sua performance com a fotografia foram partilhados: “Observei na minha aldeia, que quando um caçador se prepara para caçar, ele segura a respiração para mirar e soltar a respiração junto com a flecha. Assim eu faço com a minha fotografia. Solto a minha respiração junto com o clique.”

Genilson reforçou a plateia que o seu trabalho tem a missão de “fotografar o invisível, a espiritualidade. Minha fotografia busca atravessar a carne e tocar o espírito. Entendo também que foto é arma, é minha ferramenta de luta.” Lembrou o momento que essa ferramento foi aliada a luta: “Teve uma missão de demarcação, que fomos todos ao Lago da Bolívia, um espaço sagrado pra nós, mas também disputado. Ao chegarmos lá, fomos recebidos a tiros, e filmei tudo. Fotogrei. Esses registros foram o suficiente para mostrar o conflito que enfrentamos todos os dias. Serviu de prova após ser divulgado nas redes sociais”, ressaltou.

Foto: Genilson Guajajara

Semente de um sonho

“Desenhar sempre foi meu sonho, desde criança. Com a fotografia descobri que posso desenhar as pessoas, o meu povo, com a luz, reflete Genilson ao compartilhar com os integrantes do grupo LoveLabCom, o porque fazer um livro fotográfico com a história do seu povo tem sido a sua missão.

Pela manhã foi realizado um encontro que marca o início da parceria Genilson Guajajara + Justiça nos Trilhos (JnY) + LoveLabCom. Na imersão na proposta do livro fotográfico sobre os modos de vida do povo Guajajara na Aldeia Piçarra Preta – T.I Rio Pindaré, estiveram presentes, Genilson Guajajara da Mídia Guajajara, os alunos vinculados ao Grupo de Pesquisa LoveLabCom, professora Yara Medeiros e os comunicadores da JnT, Lanna Luiza, José Carlos e Yanna Duarte.

O encontro imersivo teve 3 blocos: 1) Uma rodada de apresentação, logo depois, Genilson apresentou algumas fotos ao grupo; 2) Introdução a modelos de livros de fotografia, projeto gráfico e proposições de narrativa visual. 3)  Oficina do Futuro, conhecida como Árvore dos Sonhos, onde cada participante pode reflorestar a árvore de ideias, ou seja, cada folha tinha ideias para o livro de Genilson Guajajara.




Justiça nos Trilhos participa de Encontro sobre Energia, Extrativos e Territórios em Nova Iorque (EUA)

Justiça nos Trilhos participa de Encontro sobre Energia, Extrativos e Territórios em Nova Iorque (EUA)

Evento organizado pela Fundação Ford reuniu diferentes vozes de todo o mundo

Nos dias 03 e 04 de maio, a convite da Equipe do Programa Internacional de Recursos Naturais e Mudanças Climáticas da Fundação Ford, a Justiça nos Trilhos (JnT), representada por Renato Lanfranchi, coordenador administrativo, participou do “Encontro de Energia, Extrativos e Territórios – Reunindo diferentes vozes de todo o mundo”, que aconteceu na sede da Fundação Ford em Nova Iorque (EUA).

Segundo o representante da JnT no evento, Renato Lanfranchi, o encontro promovido pela Fundação Ford foi um espaço de ampla troca de saberes sobre recursos em transições energéticas, direitos e mudanças climáticas entre parceiros de diversas partes do mundo. “O evento reuniu os parceiros globais da Ford, acadêmicos e especialistas importantes da Ásia, África, América Latina que trouxeram suas perspectivas numa série de conversas sobre a situação nos campos de energia, extrativismo e governança de terras e florestas. Além dos debates, o espaço foi de análise estratégica e colaboração entre regiões e campos”, afirma.

Os espaços temáticos de debates foram compostos por Mesa de Análise de tendências de alto nível: energia, extrativismo e territórios; a Mesa de Debate com o tema: “Uma “pipoca” das tendências mais lembradas por região”; Roda de Conversa com investigadores: partilha de reflexões; e a Plenária “Partilha de volta das regiões e reflexão sobre a aprendizagem global entre as regiões”.

Diante das discussões, Renato analisa e destaca a importância de termos eventos deste tipo no Brasil ou em nível sul-americano ou latino-americano. Segundo ele “a transição energética irá trazer mais sacrifício para as zonas de sacrifício, e que “só haverá justa transição energética com justiça social“, reforça.

Em análise sobre a situação global, o coordenador avalia que de maneira geral dentro das estruturas econômicas “há pouco senso da urgência dramática da redução do aquecimento global e do enfrentamento das mudanças climáticas. Há uma inércia ligada à resistência natural às mudanças e à renúncia a interesses econômicos. O que acontece de fato é movido pela perspectiva do lucro com as novas tecnologias e novos investimentos em infraestrutura. Porém, as comunidades são movidas por outros valores e outros interesses, não alinhados ao mercado e ao capital, e por isso pouco considerados”, pondera.