Teia dos Povos e Comunidades Tradicionais do Maranhão exigem da SEMA a aplicação da Consulta Prévia nos territórios

Teia dos Povos e Comunidades Tradicionais do Maranhão exigem da SEMA a aplicação da Consulta Prévia nos territórios

A revogação de Licenças Ambientais em territórios indígenas em processo de demarcação também é uma exigência da articulação

Fotos: Teia dos Povos e Comunidades Tradicionais do Maranhão (Instagram)

Como parte da programação da “Semana de Luta pelo Direito de viver em nossos territórios”, que está sendo realizada desde a segunda-feira (27/02), a Teia dos Povos e Comunidades Tradicionais, ocuparam nesta quarta-feira (01/03), a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA), com o objetivo de exigir o respeito com a Mãe Terra, aos corpos e territórios, e por uma relação de não-destruição da natureza.

A Teia dos Povos do Maranhão e Comunidades Tradicionais não concordam com as condições, a ausência de restrições, medidas de controle e monitoramento das licenças ambientais, que deveriam ser cumpridas pelo empreendedor. “Não aceitaremos que as licenças ambientais concedidas pela SEMA sejam dadas sem consulta prévia nas comunidades. Essas licenças representam morte e violações de direitos de quem vive nos territórios, estabelecendo presença de grandes empreendimentos que violentam nosso modo de vida e nossa liberdade de ir e vir em nossos territórios”, afirma a articulação.

Somos nós quem sofremos primeiro com a poluição do rios, com as queimadas e desmatamentos, e o uso deliberado de agrotóxicos. Nós existimos e exigimos respeito à nossas ancestralidades e ao nosso bem-viver.

Ciente que a SEMA é responsável por grandes transformações no modo de vida nos territórios do Estado do Maranhão, ocasionadas pelas concessões de licenças ambientais e zoneamento ecológico-econômico, a Teia dos Povos Maranhão exige que:

  • Seja informada a aplicação da Portaria Conjunta n. 01 SEMA/SEDIHPOP sobre consulta prévia, livre e informada nos processos de licenciamento ambiental;
  • Que sejam imediatamente disponibilizados, na íntegra, os processos administrativos de licenciamento ambiental listados pela Teia;
  • Que os licenciamentos ambientais que incidem sobre os Quilombos Cocalinho e Guerreiro, tenham suas respectivas consultas prévias;
  • Que haja revogação de licenças ambientais em terras indígenas (TI) que estão em processo de demarcação ou que possuem portaria declaratória para empreendimentos que atacam diretamente os territórios;
  • Que haja anulação dos 297 Cadastros Ambientais Rurais (CAR) sobrepostos em TI, como exemplo TI Bacurizinho, TI Akroá-Gamella e TI Kaura Tremembé;
  • Que sejam realizadas consultas prévias nas TI que são alvos de empreendimentos: TI Kaura Tremembé, TI Memortumré e Apanjekra Bacurizinho; TI Kaa’por; Awá; TI Tremembé de Engenho, TI Apanjekrá.

Com informações Teia dos Povos e Comunidades Tradicionais do Maranhão

I Ciclo de Debates do NES sobre Direitos, resistências e políticas ambientais pós-pandemia está com inscrições abertas

I Ciclo de Debates do NES sobre Direitos, resistências e políticas ambientais pós-pandemia está com inscrições abertas

Promovido pelo Núcleo de Estudos Socioambientais (NES), um grupo de pesquisa vinculado à Universidade Federal do Maranhão (UFMA), liderado pelo Prof. Dr. Ruan Didier Bruzaca, o “I Ciclo de Debates do NES – Direitos, resistências e políticas públicas ambientais pós-pandemia no Brasil”, conta com a parceria da Justiça nos Trilhos, e consiste em um encontro que busca debater de formas científica, jurídica e socialmente, o contexto ambiental brasileiro após o início da pandemia da Covid-19, iniciada no ano de 2020.

O evento é gratuito e será realizado nos dias 18 e 19 de maio de 2023, no município de São Luís, capital do Maranhão, estado também marcado por conflitos socioambientais dos quais merecem atenção as dificuldades decorrentes da Covid-19 para sua solução. Assim, pretende-se nos debates trazer, além de acadêmicos, representantes da sociedade civil, de povos e comunidades tradicionais, e representantes de instituições do sistema de justiça, não apenas do Maranhão, mas de outros estados do país cujos cenários e contribuições se aproximam da realidade maranhense.

Desde a imposição pelo Governo Federal de 2018 a 2022 de um modelo de desenvolvimento ambientalmente prejudicial até às dificuldades decorrentes da pandemia da Covid-19, observam-se casos de flexibilização das normas referentes ao meio ambiente, aumentando riscos de desastres ambientais agravados pela ação antrópica, aumentando ameaças aos povos e comunidades tradicionais e a movimentos sociais de defesa do meio ambiente, e incentivando a grandes empreendimentos econômicos e ao agronegócio etc.

Neste sentido, debater esta conjuntura brasileira mostra-se salutar no âmbito acadêmico, visto que a realidade do Brasil é marcada historicamente por conflitos socioambientais, aprofundados após o início da pandemia. Com isso, o diálogo junto a pesquisadores, profissionais e representantes de povos e comunidades tradicionais e de movimentos sociais possibilitam desvelar aspectos no âmbito do funcionamento do Estado, das Secretarias de Meio Ambiente a instituições do sistema de justiça, que contribuem para a compreensão de problemas e para a identificação de caminhos que possam garantir a tutela de direitos não somente ambientais, mais também sociais e culturais.

Importa ainda destacar que o evento busca contribuir com debates relacionados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), principalmente: 1) Erradicação da pobreza; 2) Fome zero e agricultura sustentável; 10) Redução das desigualdades; 16) Paz, justiça e instituições eficazes. As mesas e grupos de trabalho do evento pretendem trazer debates que se relacionam com acesso à terra e ao território, segurança alimentar, manutenção de ecossistemas, sustentabilidade, atuação de instituições do sistema de justiça, dentre outros.

Os ODS consistem em temáticas que tangenciam as pesquisas sobre conflitos socioambientais, povos e comunidades tradicionais, desenvolvimento e tutela de Direitos, em especial quanto ao cenário após o início da Pandemia da Covid 19. Espera-se que as contribuições de painelistas e tesistas reflitam na preocupação e na busca de soluções na tutela do meio ambiente, propostos no presente encontro científico. Assim, tem-se o intuito de promover a divulgação e a popularização da ciência partindo de um diálogo tanto regional quanto nacional, incentivando a conexão com pesquisadores, representantes da sociedade civil, juristas e lideranças do Maranhão e do Brasil.

INSCRIÇÃO

Para realizar a inscrição apenas como ouvinte ou com submissão de trabalho, clique aqui. A inscrição com submissão de trabalhos está aberta e encerra no dia 18 de abril de 2023. Os trabalhos consistem em resumo expandido, conforme modelo disponível para download.

Posteriormente ao evento, será indicada a data para que os artigos completos sejam enviados e publicados em e-book pela EDUFMA.

Com informações Núcleo de Estudos Socioambientais (NES)

Justiça nos Trilhos assina Carta Vigília pela garania da Revisão Democrática do Plano Diretor de São Luís (MA)

Justiça nos Trilhos assina Carta Vigília pela garania da Revisão Democrática do Plano Diretor de São Luís (MA)

Imagem: PAC/Flickr

A Associação Justiça nos Trilhos é uma das 150 organizações da sociedade civil do Maranhão que assinaram o documento que exige que o projeto do Plano Diretor, que hoje está na Câmara Municipal de São Luís, seja devolvido para a Prefeitura, para que as devidas revisões possam ser feitas por meio de um processo amplo de discussão com a sociedade, seguindo a recomendação do Ministério Público Estadual (MPE).

Pela garantia da participação efetiva da população estamos de vigília!

Confira a carta vigília na íntegra