Maior produtora mundial de minério de ferro e segunda no mundo quanto ao níquel, a Vale extrai e vende muitos outros minérios, além de escoar outros preciosos recursos da natureza. Possui um poderoso sistema de logística, pelo qual comercia com dezenas de países no mundo.
“Segunda maior mineradora do mundo, uma das 30 maiores companhias públicas negociadas no mundo e a maior empresa privada na América Latina”. É assim que a própria Vale se apresenta.
Um gigante, que pisa porém em cima dos direitos e da vida de comunidades e territórios no mundo inteiro.
A privatização da Vale, em 1997, subavaliou de até 74% o valor de suas reservas, com prejuízos de bilhões para o patrimônio público.
Nas próprias palavras do administrador executivo da época, a empresa valia 40 bilhões de dólares, mas foi vendida a um preço 28 vezes inferior!
Os impactos das operações da Vale são violentos: utiliza 1,2 bilhões de metros cubos de água por ano, correspondentes ao consumo médio de água de 18 milhões de pessoas.
Em 2009 despejou em rios e mares 114 milhões de metros cúbicos de efluentes industriais e oleosos: é o mesmo volume da água que o rio Amazonas despeja no mar em 12 minutos!
A isso acrescenta-se a poluição do solo e do ar, bem como o impacto do inteiro ciclo de siderurgia que no Brasil deve-se à instalação dos programas de mineração: somente no corredor de Carajás, as empresas siderúrgicas estão queimando a cada ano 3 milhões de toneladas de carvão, correspondente a 550mil hectares de floresta amazônica que por décadas foi sacrificada ao preço do desenvolvimento.
Hoje a monocultura de eucalipto disfarça a concentração da terra sob o falso nome de ‘reflorestamento’.
69 processos judiciais contestam a privatização da Vale; 266 processos relevantes reivindicam indenizações ou multas; milhares são as causas trabalhistas. Há mais de um ano centenas de trabalhadores no Canadá estão em greve criticando a postura agressiva da multinacional, que lucra em cima da exploração da mão-de-obra.
Mas a empresa, em lugar de recuar, tem enormes planos de investimento para o futuro
Tudo isso é a Vale, por trás da maquiagem garantida por 180 milhões de R$ aplicados em propaganda a cada ano para pintar de verde e amarelo uma empresa que não é mais brasileira e nunca foi sustentável.