Desde a madrugada de quinta-feira 26 de maio, movimentos sociais realizam manifestações devido ao assassinato do casal Maria do Espírito Santo da Silva e José Cláudio Ribeiro da Silva, que eram extrativistas. Entre as ações, foi bloqueada a ponte rodo-ferroviária Carajás, sobre o rio Tocantins. Há denúncias sobre os impactos da cadeia “da Amazônia ao aço”: “aqui tudo está vinculado”.
Com a mobilização, o trem de carga de minério da companhia Vale ficou parado até o fim da manhã.
O casal foi executado em Nova Ipixuna, no Pará. Eles atuavam no combate aos madeireiros que faziam pressão sobre os assentados e que invadiam terras para retirar madeira ilegalmente da floresta. A integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Maria Raimunda, explica que as madeiras retiradas da floresta, muitas vezes servem para abastecer o projeto da mineradora Vale.
“Aqui está tudo vinculado. Extração de minério, siderurgia, carvoaria e madeireiras. Então as carvoarias da região são todas para sustentar o projeto da mineradora Vale. E para garantir o lucro e implementação do projeto, passam por cima de qualquer pessoa.”
Além do MST, participaram das mobilizações aproximadamente dois mil integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetrag). Eles também cobram medidas do estado para enfrentar a violência contra trabalhadores rurais da região.
Dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) mostram que em um período de dez anos, 58 pessoas foram assassinadas no Pará. Os crimes estão ligados ao conflito pela terra. Outras 62 mortes estão sob investigação.
Fonte: http://mst.org.br/node/11828 e Radioagência NP, 26 de maio de 2011