O principal rio que passa pela comunidade, o Rio Piquiá recebe desde a década de 1980 a água utilizada pelas siderúrgicas para os processos de lavagem e resfriamento do ferro. Essa água é descartada no rio sem nenhum tipo de tratamento, a uma temperatura de 37o C e com presença de resíduos tóxicos. Esse impacto afeta diretamente os modos de vida da população, pois as siderúrgicas rompem com uma relação entre moradores e o rio. Desesperados por esse impacto e por tantos outros, sobretudo na vida de crianças, gestantes e idosos, os moradores de Piquiá de Baixo, em referendo realizado em 2008, decidiram por unanimidade que a solução mais eficaz seria o reassentamento para um local livre dos impactos socioambientais.
Hoje, com os serviços de terraplanagem, abertura do poço, rede de abastecimento e a construção de uma casa modelo o reassentamento de Piquiá enfrenta sérios problemas. O Governo Federal adotou uma política de cortes dos gastos públicos, que atingiram o projeto de reassentamento e causa atraso das obras.Os moradores sempre realçam que nunca teriam desejado deixar suas terras e compreendem essa necessidade como o “mal menor” frente à violência dos impactos socioambientais da região.
De toda forma, a luta em Piquiá é mais ampla que o reassentamento e exige a eliminação definitiva e permanente das emissões tóxicas, bem como recuperação das áreas degradadas e maior distribuição e diversificação dos empregos e da renda na região.