Lucro para Vale – Perigo para siderúrgicas | Justiça nos Trilhos
23 de janeiro, 2013

As grandes mineradoras da Austrália estão pedindo para seus clientes japoneses e sul-coreanos que aceitem um aumento contratual de 40% nos preços do minério de ferro em 2010, segundo informou um jornal chinês nesta quarta-feira, à medida que o aumento da demanda coloca pressão nas siderúrgicas para que fechem um valor mais cedo neste ano.

Embora sem confirmação, traders descrevem o aumento pedido como “razoável” reação à demanda do mercado e aos fortes preços no mercado à vista, com a siderurgia começando a se recuperar após a crise vivenciada em 2009.

O jornal “21st Century Business Herald” citou uma fonte próxima das australianas Rio Tinto e BHP Billiton, que falou que a primeira rodada de negociação com Japão e Coreia do Sul está terminada, com as siderúrgicas supostamente já resignadas ao aumento de preços, mas sem concordar sobre quanto será esta alta.

Siderúrgicas no Japão não estavam imediatamente disponíveis para comentar o assunto, mas analistas expressaram preocupação com o fato de o mercado japonês eventualmente não estar tão forte para absorver tal aumento de preço.

“É possível que as mineradoras estejam demandando um aumento maior neste ano em antecipação à forte demanda, embora a demanda permaneça fraca por ora”, afirmou Toshihiro Nagahama, analista do instituto Dai-ichi Life.

A associação de ferro e aço da China (Cisa) afirmou ao final do ano passado que as mineradoras estrangeiras buscavam aumentos entre 20% e 30% para os contratos de 2010, deixando claro que tal alta seria inaceitável.

Mas o jornal afirmou que as siderúrgicas — agora lideradas novamente pela Baosteel — estariam preparadas para concordar com o aumento de preço no patamar de 20% a 30%, embora elas não estejam dispostas a ir acima disso.

A Baosteel se recusou a fazer comentários, mas um trader na China afirmou que as estimativas sugerem que ambos os lados trabalham dentro das mesmas expectativas.

“Eu acho 40% algo razoável, mas é claro que as siderúrgicas vão dizer que não podem aceitar mais do que 30%, porque isso é parte do processo de negociação.”

Fonte: Reuters, em Pequim e Tóquio