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“Juventude é Revolução, juventude é revolução”! Com essas palavras de ordem iniciou na manhã do domingo (5), a I Jornada das Juventudes do Campo, realizada pela rede Justiça nos Trilhos em parceria com o Movimento dos Trabalhados Sem Terra (MST). A primeira edição ocorreu no assentamento João do Vale, na cidade de Açailândia/MA.
A jornada contou com a participação de aproximadamente 70 jovens de várias partes da cidade: Assentamento Califórnia, Planalto I, Agroplanalto, Francisco Romão, Novo Oriente, Casa Familiar Rural de Açailândia e jovens do assentamento João do Vale. Todas estão situadas próximas à Estrada de Ferro Carajás e sofrem impactos semelhantes, decorrentes da exploração mineral.
Com o objetivo de discutir os problemas sociais enfrentados pela juventude do campo, o evento trouxe quatro palestrantes para debater sobre drogas, sexualidade/gravidez na adolescência, educação no campo, emprego/desemprego e agricultura/agroecologia. Os temas foram escolhidos pelos próprios jovens dos assentamentos.
Para Daniel Romão, morador do assentamento Francisco Romão, o evento foi importante para ajudar a juventude a discutir sobre temáticas que acontecem frequentemente no campo. “Foi bom falar sobre esses assuntos, porque assim podemos nos prevenir para que isso não aconteça tanto nos nossos assentamentos”, afirma Daniel.
Após os temas serem apresentados os jovens foram divididos em quatro grupos, cada qual com um dos temas explanados pelos palestrantes, para poder extrair desses espaços possíveis ações para serem realizadas em suas comunidades. O objetivo é amenizar esses problemas sociais e fortalecer a permanência dos jovens no campo.
Para a jovem Daniele Marreiros, do Assentamento João do Vale, o que mais despertou seu interesse foi a temática sobre educação no campo. “Precisamos discutir como melhorar a educação aqui dentro, pois temos só até o ensino fundamental, depois disso temos que ir para o centro da cidade, o que provoca uma diminuição da juventude no assentamento, pois muitos que vão não querem mais voltar”, relata Daniela.
No período da tarde houve apresentações culturais organizadas e realizadas pelos próprios jovens. Peças teatrais, músicas e danças animaram o evento, que foi concluído com a leitura de uma carta aberta das juventudes do campo, elaborada pelos grupos de debates ainda no período da manhã.
A carta traz os principais anseios dos jovens e destaca algumas alternativas para solucionar ou amenizar os problemas sociais enfrentados por eles, tais como:
- Devemos exigir do governo que tenham escolas com ensino médio nos assentamentos;
- A agroecologia pode ser trabalhada para amenizar a situação de desempregos nos assentamentos;
- Se faz necessário novos espaços para discursões sobre temas como drogas e sexualidade nos assentamentos.
Por Mikaell Carvalho – Rede Justiça nos Trilhos