Os principais documentos da história da antiga Companhia Vale do Rio Doce, de 1942, quando a estatal foi fundada, até outubro do ano passado, foram destruídos. O enorme material pegou fogo num galpão em Contagem, na área metropolitana de Belo Horizonte. O galpão era de uma empresa “responsável pela guarda terceirizada do acervo” de todas as empresas da Vale, incluindo a Salobo Metais e a Vale Mina do Azul, de Carajás, no Pará.
O incêndio provocou a destruição “de grande parte dos documentos das áreas de Tributos, Recursos Humanos, Contabilidade, Jurídico, Suprimentos, Medicina, Segurança, Administração, Comunicação, Engenharia, Engenharia, Patrimônio, Meio Ambiente, Infraestrutura”.
A Vale disse que apresentou uma notícia crime às autoridades e foi instaurado inquérito policial para apurar o incêndio. Prometeu apresentar informações “logo que for possível”.
A nota sobre o acidente foi publicada no jornal Estado de Minas. É extremamente discreta e sumária., Não tem qualquer logo marca ou sinal de autenticação, o que é muito estranho porque a Vale sempre assinala os seus comunicados com a sua marca. Parece mais um documento apócrifo. E é de uma pobreza inversamente proporcional à sua extrema gravidade.
Por que a imprensa, inclusive o jornal que abrigou a estranha nota, não apurou os fatos? Afinal, é uma das bases documentais mais importantes da história econômica do Brasil.
Por Lúcio Flávio Pinto