Moradores de comunidades quilombolas em Itapecuru-Mirim enfrentam dificuldades de locomoção após manutenção na Ferrovia São Luís-Teresina (Transnordestina) destruir a principal via de acesso, comprometendo serviços essenciais e a rotina das famílias.
🚂 Máquinas destruíram a única estrada de acesso das comunidades quilombolas Boa Vista e Barreira, no Maranhão.
Nesta sexta-feira (7), moradores das comunidades Boa Vista e Barreira, situadas no território quilombola Santa Rosa dos Pretos, em Itapecuru-Mirim (MA), denunciaram que estão com o acesso prejudicado após a passagem de máquinas pesadas durante uma manutenção na Ferrovia São Luís-Teresina (Transnordestina). Segundo relatos, a intervenção destruiu a estrada principal que liga as comunidades à zona urbana, comprometendo a locomoção e serviços essenciais.
A concessionária responsável pela ferrovia teria utilizado equipamentos de grande porte para a realização das obras, mas a movimentação desordenada de máquinas e caminhões pesados deteriorou completamente a estrada, tornando-a intransitável para veículos e pedestres.
“Estão passando com máquinas grandes e caminhões pesados, e isso acabou bagunçando a estrada oficial de acesso. Agora está muito difícil para a gente transitar”, denuncia um morador que prefere não se identificar por medo de represálias.
As famílias afetadas relatam dificuldades crescentes para se deslocar, especialmente idosos e crianças, e temem o isolamento caso a situação não seja resolvida com urgência. Além disso, há preocupação com o impacto na produção agrícola e no transporte de alimentos, já que a estrada é fundamental para o escoamento de produtos.
Diante do impasse, os moradores buscam apoio de organizações sociais e estudam denunciar o caso ao Ministério Público. Eles cobram um posicionamento da concessionária responsável pela ferrovia e exigem providências imediatas para reparar os danos causados.
A Ferrovia São Luís-Teresina (Transnordestina) é um importante corredor logístico na região, ligando o interior ao porto de São Luís. Contudo, seu histórico na região inclui denúncias de impactos socioambientais, como desmatamento, poluição sonora e restrições de acesso a territórios tradicionais.
A Justiça nos Trilhos (JnT), organização que acompanha os efeitos da infraestrutura ferroviária sobre populações locais, reforça as denúncias das comunidades. Enquanto aguardam respostas, os moradores seguem mobilizados, reivindicando seus direitos e a recuperação urgente da estrada.