Comunidades do Corredor Carajás, no Maranhão, se preparam para participar do FOSPA 2022
26 de julho, 2022
Lideranças de comunidades afetadas pela mineração e agronegócio irão denunciar violações aos direitos humanos e da natureza que sofrem em seus territórios.

O Fórum Social Pan-Amazônico (FOSPA) será realizado de 28 a 31 de julho de 2022, na capital do Pará, Belém. O evento será um marco para o processo de mobilização e articulação entre movimentos sociais, organizações e pessoas, preocupadas com a defesa da Amazônia e engajadas em ações de proteção da natureza e da vida.

Com o objetivo de denunciar os impactos causados pelo avanço da mineração e do agronegócio no estado do Maranhão, moradores e moradoras situados ao longo do Corredor Carajás se mobilizam para estarem presentes no FOSPA.

Parte da delegação em Marabá (PA) – participação no Tribunal Internacional pelos Direitos da Natureza

O Corredor Carajás compreende a extensão da Estrada de Ferro Carajás (EFC), que inicia na Serra de Carajás, no estado Pará, e segue até o litoral maranhense, no nordeste do Brasil. A mineradora Vale S.A., concessionária da ferrovia, é a principal empresa na região, onde há também forte presença da siderurgia, do agronegócio, projetos de energia, dentre outros.

Desde a instalação do Programa Grande Carajás nos estados do Pará e Maranhão, muitos impactos negativos seguem prejudicando a vida das comunidades e do meio ambiente no espaço de influência das atividades relacionadas à mineração ao longo do corredor. Neste amplo e diversificado território existem 27 municípios entre o Maranhão e o Pará, onde vivem cerca de 100 comunidades de agricultores familiares, ribeirinhos, quebradeiras de coco, quilombolas, indígenas e periferias urbanas.

As comunidades maranhenses que vivem na extensão da ferrovia irão para o FOSPA participar de intercâmbios com outras comunidades da Amazônia brasileira, de mesas de debates, rodas de conversas e trocas de experiências, a fim de fortalecer o movimento social de crítica ao modelo de exploração mineral e agronegócio que existem hoje no Brasil. Além disso, irão aproveitar os espaços para anunciar e compartilhar saberes sobre as práticas culturais, econômicas e sociais construídas em seus territórios, que promovem o bem comum e o respeito à natureza.

As atividades autogestionadas:

• 29/07 (manhã) | na Casa dos Povos e Direitos, no auditório do Núcleo Pedagógico de Apoio ao Desenvolvimento científico – Ciranda de Saberes e Resistências entre comunidades afetadas pelo agromineronegocio do Maranhão e Pará;

• 29/07 às 15h, na Casa dos Povos e Direitos, sala 310 – (In)Justiça fiscal e mineração. Onde ficam os direitos das populações e da natureza? + Lançamentos de pesquisas;

 30/07 às 10h, na Casa das Resistências das Mulheres, sala 210 – Ciranda de Mulheres latinoamericanas em resistências a mineração;

• 30/07 às 15h, na Casa dos Bens Comuns, sala 201 – Mesa de debate: Mineração contra os Territórios na Amazônia: Violações, reparações e resistências.

TODAS AS ATIVIDADES SERÃO NO ESPAÇO DE ENSINO MIRANTE DO RIO – UFPA