sexta-feira, 29 de outubro de 2010
No ultimo dia 26 de outubro, moradores da Vila Sanção, da Área de Proteção Ambiental (APA), da Vila Paulo Fonteles e Garimpo das Pedras, ocuparam a estrada que dá acesso ao Projeto Salobo, da Vale. Já cansados com o descaso tanto da prefeitura quanto da empresa (Vale), as comunidades resolveram unir forças e partir para o enfrentamento.
Fizeram parte do protesto moradores das Vilas, trabalhadores rurais, estudantes, professores e associações. A ação pressupõe uma advertência a Mineradora que se recusa atender aos danos e prejuízos que vem causando as populações destas comunidades.
As principais reivindicações são a falta de infra-estrutura das Vilas e região: estradas e pontes; policiais para o posto que está construído e não funciona há mais de dois anos; presença do conselho tutelar para dar mais proteção aos jovens que estão se envolvendo com prostituição e bebida alcoólica. “Devido a falta segurança, todos que chegam nestas localidades se acham no direito de fazer o que bem querem”, enfatiza a diretora da escola da Vila Sanção.
Além destas problemáticas citadas, existe ainda uma preocupação que a população considera o principal motivo para que indignar-se contra a Vale: a falta constante de energia elétrica nas Vilas e região, causando sérios prejuízos: interrupção de aulas noturna; perda de alimentos na escola e nos comércios; falta de água na vila.
Segundo informações da diretora, há uma suspeita de um desligamento da rede de energia elétrica na vila e região, para atender exclusivamente as infraestruturas do projeto Salobo.
A manifestação iniciou às 5h da manhã de terça feira e foi até as 18h da tarde, quando receberam uma comissão da Vale e da Prefeitura. Os representantes da empresa sugeriram uma comissão formada por lideranças das comunidades presentes para discutir a pauta de negociações em uma reunião no dia seguinte.
Logo depois de propor a reunião, pediram que liberassem a estrada. Mas o que foi decidido pelos manifestantes é que iriam permanecer ocupando a estrada e por isso resolveram armar barracas e dormir no local, aguardando o resultado das negociações. Se o resultado atender o que reivindicam, a estrada será liberada tendo em vista uma garantia, por documento, do cumprimento das propostas.