Para sempre em nossos corações: Anacleta Pires da Silva, Presente!
17 de setembro, 2024
Eterna mestra Anacleta. Foto: Amanda Guarniere.

✊🏿 Anacleta Pires da Silva, mulher preta, quilombola e filha da terra, recebeu, em fevereiro, a notícia que transformaria sua caminhada. Lutadora incansável pelos territórios ancestrais, pelo bem-viver coletivo e pela riqueza de sua comunidade, ela foi diagnosticada com câncer de mama. Uma nova luta se apresentou em sua vida, dessa vez voltada para o território mais íntimo e sagrado: seu próprio corpo.

🌳💚 Março chegou e com ele o momento de mudar de rumo. Não era mais hora de “correr mundo,” como ela costumava dizer, mas de voltar para dentro de si mesma. Anacleta se preparou para a batalha que se iniciaria em 8 de março de 2024, Dia Mundial de Luta das Mulheres. Foi neste dia que ela começou seu tratamento oncológico no Hospital Aldenora Bello, em São Luís, com a mesma coragem que sempre marcou sua trajetória.

🫱🏽‍🫲🏾 E foi aí que um abraço forte e coletivo se formou ao seu redor. Uma rede de apoio se ergueu, carregada de amor, força e solidariedade. Família, amigos, companheiros de luta e até aqueles que apenas ouviram falar de sua história se juntaram para apoiar, acompanhar e orar por ela. Daqueles que estiveram presentes fisicamente àqueles que mandaram suas energias de longe, a corrente de cuidado foi imensa e preciosa.

🍀 Anacleta é raiz, e suas raízes são profundas. Agradecemos, de coração, a cada pessoa que esteve e está ao seu lado nessa caminhada. Gratidão a todos e todas que enviaram mensagens, pensamentos positivos, orações e apoio em todas as formas possíveis. Vocês são a prova viva de que a luta de Anacleta é partilhada, e que ela jamais esteve sozinha.

💜 Dona Anacleta se fez vento, terra, rio e mar. Hoje, ela se integra à natureza que, em vida, tanto defendeu. Ancestralizou-se, como quem retorna ao sagrado da Mãe Terra. Que sua luta nunca seja esquecida! Que sua coragem seja a chama que guia a retomada de Pindorama.

Anacleta, és vento, és raiz,
Teu canto é luta, tua alma nos diz:
“Não parem a dança, não soltem a mão,
A retomada é vida, é amor pelo chão.”

Texto poesia: Lanna Luz