No Dia de Proteção às Florestas, resistência se fortalece diante do avanço do “PL da Devastação” e ecoa em defesa dos territórios, das águas e dos modos de vida tradicionais
Moradores da comunidade Portinho, localizada na região da Baixada Maranhense, participaram nesta quarta-feira (17) de mais um encontro pela criação efetiva da Reserva Extrativista (Resex) Tauá-Mirim. A atividade integra a campanha “Resex Tauá-Mirim Já” e reuniu moradores, apoiadores e organizações parceiras em um momento de escuta, articulação e mobilização popular.

Ao longo do encontro, foram discutidos os principais desafios enfrentados pelas comunidades tradicionais da área, como a pressão de grandes empreendimentos, o avanço da especulação fundiária e a degradação ambiental. As lideranças alertaram que, apesar de serem apresentados como desenvolvimento, esses projetos colocam em risco os modos de vida baseados na pesca artesanal, no extrativismo e na agricultura de subsistência.
Maria da Conceição Brito, moradora da comunidade Embaubal, aproveitou o momento para assinar a petição. Ela destacou a importância da mobilização coletiva para garantir a permanência das comunidades no território.
“A Resex é o que pode nos proteger. É o que pode garantir que nossas famílias sigam vivendo do que a terra e as águas nos oferecem. A gente não quer luxo, a gente quer respeito pelo nosso jeito de viver”, afirmou.

Além do debate, o evento serviu para ampliar o alcance da campanha, com a coleta de novas assinaturas para a petição que exige a criação da Resex Tauá-Mirim. A ação teve foco especial em moradores com pouco ou nenhum acesso à internet, possibilitando que mais vozes sejam incorporadas à mobilização.
Organizações parceiras como a Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras do Maranhão (CPP-MA), Justiça nos Trilhos (JnT) e a francesa CCFD – Terre Solidaire também marcaram presença, contribuindo com experiências e fortalecendo a rede de apoio à causa.







A programação foi encerrada com um almoço coletivo e um chamado à continuidade da luta, que tem como meta alcançar 70 mil assinaturas em apoio à criação da Resex. A campanha defende a proteção dos manguezais, das águas e das florestas da Amazônia maranhense.
O encontro coincidiu com o Dia de Proteção às Florestas, data que ganha ainda mais peso diante da recente aprovação do PL 2159/2021 na Câmara dos Deputados – projeto apelidado por ambientalistas como “PL da Devastação”, por flexibilizar normas de licenciamento ambiental no país.
A mensagem que sai do Portinho é clara: proteger a floresta é proteger os povos que vivem dela e com ela.

Assine a petição e fortaleça essa luta:
https://www.salveafloresta.org/acoes/1305/pelos-manguezais-aguas-e-florestas-da-amazonia-maranhense-decretem-a-resex-taua-mirim-ja