Comunidade Portinho recebe encontro em apoio à criação da Resex Tauá-Mirim
17 de julho, 2025

No Dia de Proteção às Florestas, resistência se fortalece diante do avanço do “PL da Devastação” e ecoa em defesa dos territórios, das águas e dos modos de vida tradicionais

Moradores da comunidade Portinho, localizada na região da Baixada Maranhense, participaram nesta quarta-feira (17) de mais um encontro pela criação efetiva da Reserva Extrativista (Resex) Tauá-Mirim. A atividade integra a campanha “Resex Tauá-Mirim Já” e reuniu moradores, apoiadores e organizações parceiras em um momento de escuta, articulação e mobilização popular.

A educadora popular Denyse Nunes, da Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras do Maranhão (CPP-MA), conduziu uma dinâmica de integração que simbolizou a força da coletividade. A atividade mostrou que, se cada pessoa levanta sua bandeira em prol da Resex Tauá-Mirim, a conquista da sua decretação se torna possível. Um gesto simples, mas carregado de potência coletiva e esperança.

Ao longo do encontro, foram discutidos os principais desafios enfrentados pelas comunidades tradicionais da área, como a pressão de grandes empreendimentos, o avanço da especulação fundiária e a degradação ambiental. As lideranças alertaram que, apesar de serem apresentados como desenvolvimento, esses projetos colocam em risco os modos de vida baseados na pesca artesanal, no extrativismo e na agricultura de subsistência.

Maria da Conceição Brito, moradora da comunidade Embaubal, aproveitou o momento para assinar a petição. Ela destacou a importância da mobilização coletiva para garantir a permanência das comunidades no território.

“A Resex é o que pode nos proteger. É o que pode garantir que nossas famílias sigam vivendo do que a terra e as águas nos oferecem. A gente não quer luxo, a gente quer respeito pelo nosso jeito de viver”, afirmou.

Maria da Conceição Brito, lá da comunidade Embaubal, assinou a petição com firmeza e esperança. Foto: Lanna Luz

Além do debate, o evento serviu para ampliar o alcance da campanha, com a coleta de novas assinaturas para a petição que exige a criação da Resex Tauá-Mirim. A ação teve foco especial em moradores com pouco ou nenhum acesso à internet, possibilitando que mais vozes sejam incorporadas à mobilização.

Organizações parceiras como a Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras do Maranhão (CPP-MA), Justiça nos Trilhos (JnT) e a francesa CCFD – Terre Solidaire também marcaram presença, contribuindo com experiências e fortalecendo a rede de apoio à causa.

A programação foi encerrada com um almoço coletivo e um chamado à continuidade da luta, que tem como meta alcançar 70 mil assinaturas em apoio à criação da Resex. A campanha defende a proteção dos manguezais, das águas e das florestas da Amazônia maranhense.

O encontro coincidiu com o Dia de Proteção às Florestas, data que ganha ainda mais peso diante da recente aprovação do PL 2159/2021 na Câmara dos Deputados – projeto apelidado por ambientalistas como “PL da Devastação”, por flexibilizar normas de licenciamento ambiental no país.

A mensagem que sai do Portinho é clara: proteger a floresta é proteger os povos que vivem dela e com ela.

Com uma trajetória que ultrapassa fronteiras e um olhar atento às lutas sociais globais, Milah de Oliveira Wainer representou o CCFD-Terre Solidaire neste encontro na Amazônia brasileira, fortalecendo conexões e parcerias em defesa dos territórios. Foto: Mikaell Carvalho

Assine a petição e fortaleça essa luta:
https://www.salveafloresta.org/acoes/1305/pelos-manguezais-aguas-e-florestas-da-amazonia-maranhense-decretem-a-resex-taua-mirim-ja