Comunicadores(as) Populares fortalecem saberes em oficinas de Design Gráfico e Podcast realizadas pela Justiça nos Trilhos
13 de abril, 2023

A Comunicação Popular pulsa forte na vida dos comunicadores e comunicadoras que estiveram presentes nas oficinas de Design Gráfico e Podcast, organizadas pela equipe de comunicação da Justiça nos Trilhos (JnT), no último domingo (09). Realizada de forma online, a oficina “Bora Fazer Podcast” tratou da edição dos produtos produzidos no I Encontro de Comunicação, Clima e Juventude do Maranhão – o ECOJUMA, e a oficina de Design Gráfico aconteceu presencialmente no escritório da JnT, em Açailândia (MA), buscando capacitar o coletivo de comunicação de Piquiá sobre as artimanhas do aplicativo gratuito de design gráfico, o Canva.

Jamile e Rebeca, integrantes do coletivo de comunicação, ainda não conheciam a plataforma de design. Para elas, o mais interessante foi a possibilidade de criar artes totalmente do zero, como também, modificá-las a partir do gosto do designer. Já Silmara, também integrante, conta que a experiência com o Canva já existia e ela inclusive fez algumas logos e artes antes. “Essa oficina nos possibilita melhorar o nosso trbalho na produção de informações sobre a nossa vivência”, explica Silmara.

A oficina foi facilitada pela jornalista Brunna Tavares em conjunto com o comunicador da JnT, José Carlos Almeida. “Na parte da manhã, introduzimos o assunto de forma teórica, apresentamos a plataforma e, em seguida, os/as alunas/os foram mexer na plataforma. Para isso, dividimos a turma em dois grupos: os que tinham noções de Canva e os que não. Os que tinham, auxiliavam os que ainda não conheciam, e assim foram se familiarizando. À tarde, produziram artes sobre as atividades que iriam acontecer na comunidade e que seriam utilizadas para informar as pessoas”, explica José Carlos.

A oficina de Canva não serviu apenas para as comunicadoras denunciarem as violações que sofrem no bairro de Piquiá com a cadeia da mineração. A partir dessa experiência, muitas mulheres perceberam como a prática na plataforma poderia ajudar a divulgar trabalhos. “Me chamou atenção que durante a oficina cada uma conseguiu enxergar bem como iria usar o canva a partir da sua vida e das suas necessidades. Ah, vou usar essa ferramenta para mostrar o meu negócio ou o meu trabalho, ou eu vou usar pra mostrar a minha realidade”, observou Brunna.

O momento, que durou um dia e contou com a presença de pelo menos 20 pessoas, teve uma mística da Teia dos Povos direcionada à comunicação, uma forma de prática de acolhimento que buscou promover uma maior interação entre os participantes que estavam reunidos na oficina. Guiados pelo professor Marcos Lira, da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL) campus de Açailândia, a mística mostrou como a escuta e a conversa são essenciais para o fazer da comunicação.

Oficina “Bora Fazer Podcast” traz noções de edição de áudio aos jovens

No formato online, os jovens participantes puderam conhecer mais sobre o universo e os segredos de uma boa edição de áudio e da montagem do podcast, fruto do I ECOJUMA, o “Apuner Katu”, em breve nas plataformas. Ao todo foram 4 episódios produzidos. 

O programa Audacity foi a ferramenta utilizada para facilitar o ensino-aprendizagem sobre edição, como também, incentivar que mais podcasts sejam feitos nos territórios. “Quando idealizamos a oficina, pensamos nas ferramentas mais democráticas e disponíveis no território digital. Além de escolher um editor de áudio gratuito e bem prático de ser manuseado, focamos em dialogar e valorizar a originalidade dos jovens participantes”, explica Isaías Alves, produtor musical da Puçá Records.

Conectar os saberes das comunidades com as ferramentas técnicas da comunicação tem apresentado como o elo perfeito para o fortalecimento da Comunicação Popular, desenvolvida pelos jovens criadores de conteúdo sobre seus modos de vida e as violações dos megaprojetos de desenvolvimento. “A perspectiva da oficina é contribuir para o aumento de produções autorais e insurgentes nos territórios. A comunicação popular, sem dúvidas, fortalece as narrativas reais de cada comunidade,” afirma Lanna Luiza, comunicadora na JnT.