Nesta quarta (25), completaram 4 anos da tragédia-crime em Brumadinho, Minas Gerais. No dia 25 de janeiro a barragem I, da Mina Córrego do Feijão, de propriedade da mineradora Vale, rompeu. Foi o maior crime de trabalho do Brasil, pelo número de vítimas: 272 mortes, sendo que ainda tem 3 pessoas desaparecidas. Além das vítimas humanas, a tragédia contaminou o ecossistema da região, em especial os rios Paraopeba e São Francisco, do qual o primeiro é um dos afluentes.
As mobilizações começaram ainda no domingo, 22 de janeiro de 2023, com o Pedal em Homenagem às Vítimas, que teve concentração às 7h na praça das joias ao lado do letreiro em Brumadinho.
Na terça-feira, 24 de janeiro, foi realizado o Seminário “4 Anos da Tragédia-Crime e os Impactos em Brumadinho e Municípios Mineradores”, na Faculdade ASA. Também no dia 24 de janeiro, foi realizada a “Carreata por Justiça”, com concentração às 17h, que partiu do Cemitério Parque das Rosas, com uma parada no Cemitério Municipal (Brumadinho). Em ambos, várias vítimas da tragédia-crime foram sepultadas. Depois, a carreata seguiu até o letreiro de Brumadinho, onde foi realizado um clamor por “Justiça, Encontro e Memória” e um momento de oração pelas famílias das vítimas.
Hoje (25) a programação em homenagem às vítimas começou por volta das 7 horas da manhã. Às 10h, teve a celebração de uma missa no estacionamento central de Brumadinho que marcou a IV Romaria pela Ecologia Integral a Brumadinho, organizada pela equipe da Região Episcopal Nossa Senhora do Rosário. De lá, os presentes foram em caminhada até o letreiro da cidade, onde se somaram ao ato mensal em honra às 272 vítimas.
São 4 anos de impunidade, 4 anos de dor, luto e luta por Justiça. Nenhuma pessoa ou empresa foi punida ao longo desses anos. Além das vidas humanas perdidas, as famílias das vítimas seguem adoecidas e com o sentimento de injustiça.
Além dos familiares das vítimas, estiveram presentes organizações sociais como a Justiça nos Trilhos (JnT), Associação dos Familiares das Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem em Brumadinho (Avabrum), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), entre outros.
Indígenas, religiosos católicos, evangélicos, integrantes de religiões afro-brasileiras, políticos, jornalistas e a integrantes do Ministério Público marcaram presença nas ações de hoje em Brumadinho.
A JnT se solidariza com os familiares das vítimas e exige justiça e reparação integral para os atingidos do crime da mineradora Vale em Brumadinho-MG. Que os culpados sejam responsabilizados, inclusive em relação aos crimes cometidos contra a natureza. A Vale precisa ser punida por seus crimes em todo o mundo, precisa ser condenada pelos crimes que comete contra a humanidade! Chega de Impunidade!
Fotos: José Carlos Almeida