Quase quatro anos passados, no qual a pandemia de Covid-19 modificou significativamente a realidade mundial e nacional, a Justiça nos Trilhos (JnT) volta a realizar o Encontro Regional de Atingidas e Atingidos pela Mineração (ERAM). Em sua 12ª edição, o encontro tem como objetivo fortalecer os laços entre organizações e movimentos sociais diante das violações causadas pela mineração no Pará e Maranhão. Entre as organizações que constroem o encontro conosco, estão: Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Fase Amazônia.
Com o tema “Rearticulando Lutas e Construindo Estratégias na Defesa das Comunidades Afetadas pela Mineração e o Agronegócio no Maranhão e Pará”, o XII ERAM acontece em São Luís (MA), entre os dias 21 e 23 de Julho. O local não será divulgado por motivos de segurança. Desde o primeiro encontro do ERAM, que aconteceu em 2009, a Justiça nos Trilhos tem se reunido para fazer análises políticas e econômicas no âmbito da mineração e do agronegócio, pensando especificamente nas lutas diárias de comunidades maranhenses e paraenses.
A partir desses encontros, são construídas estratégias de defesa e denúncia em âmbito local, nacional e internacional. O Encontro dos Atingidos e Atingidas pela Mineração (ERAM) é parte da história viva da Justiça nos Trilhos. Para a coordenadora política, Larissa Santos, esses momentos “motivam a organização de nossos trabalhos diários, no repensar de nossos objetivos e nos fortalece enquanto coletivo. A luta social só tem sentido quando realizada com a união de diferentes pessoas, grupos e movimentos, e o ERAM possibilita isso”, afirma Larissa.
Durante os três dias de encontro, a programação trará um histórico do ERAM e a sua importância para as lutas das comunidades, assim como contará com uma conjuntura do modelo mineral, feita pela professora e pesquisadora Cíndia Brustolin, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Além disso, trará o debate sobre estratégias utilizadas pelas empresas para cooptar os territórios e comunidades tradicionais, com Guilherme Carvalho (FASE).
Os impactos da mineração na vida e corpo das mulheres também estarão no centro das discussões. O debate será mediado pela professora Margarida Alves, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA).