Vila Concórdia – MA
27 de outubro, 2018

Comunidades Impactadas

Vila Concórdia é um assentamento federal, cujo nome oficial é P.A. Vila União Portugal, localizado a 40 km da sede do município de Buriticupu (MA). E como a maioria das comunidades, tem seu acesso cortado pela Estrada de Ferro Carajás (EFC). Segundo os moradores, não se sabe ao certo há quanto tempo o povoado.


Sobre a comunidade

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Vila Concórdia é um assentamento federal, cujo nome oficial é P.A. Vila União Portugal, localizado a 40 km da sede do município de Buriticupu (MA). E como a maioria das comunidades, tem seu acesso cortado pela Estrada de Ferro Carajás (EFC). Segundo os moradores, não se sabe ao certo há quanto tempo o povoado existe, e ainda, se a ocupação foi realizada antes ou após a construção da ferrovia. Atualmente 54 famílias vivem no povoado, sendo que a maioria da população são de aproximadamente 300 crianças.

O povoado não possui saneamento básico, sistema de coleta de lixo, escola ou posto de saúde. Para estudar, as crianças precisam se dirigir para um povoado vizinho. A comunidade possui um poço artesiano, financiado pelo Incra. As atividades econômicas em sua maioria concentram-se na agricultura, pequena criação de gado e os mais jovens trabalham em firmas terceirizadas das empresas da região ou migram para outras regiões do país.

Conflito

O principal conflito do povoado está relacionado a dificuldade de travessia da Estrada de Ferro Carajás, mesmo havendo a passarela. A configuração do assentamento dividiu o povoado em de um lado dos trilhos as moradias e do outro lado o município de Bom Jardim (MA), onde trabalham e desenvolvem suas atividades econômicas. Os moradores reclamam que perdem tempo para chegar ao trabalho devido ao bloqueio pelo trem, a falta de segurança na ferrovia é outro fator que expõe ao risco principalmente as crianças, assim também como o atropelamento dos animais de carga, domésticos e selvagens.

Resistência

A necessidade de atravessar os trilhos para ir ao trabalho fez com que os moradores criassem um caminho mais acessível sobre a estrada, o qual foi fechado pela Vale em 2008, levando os moradores a interditarem a ferrovia por algumas horas em protesto. Somente em 2010, a Vale iniciou as obras da passarela e prometeu entregá-la em seis meses, mas houve uma série de atrasos na obra. No final de 2011, cansados de esperar, os moradores novamente interditaram a ferrovia exigindo celeridade nas obras. A passarela ficou pronta em meados de 2012.

A falta de sinal de telefonia, devido a mudança do local da torre pela Vale, deixou a comunidade sem telefonia móvel. Os moradores realizaram o bloqueio da estrada vicinal que dá acesso ao povoado e à EFC. A Comefec participou das negociações e estabeleceu o prazo de 10 de junho de 2015 para o restabelecimento do sinal, a reivindicação da comunidade foi atendida.

Reivindicações:

  • Construção de viaduto;
  • Construção de uma escola;
  • Posto de saúde;
  • Centro comunitário;
  • Centro esportivo;
  • Sistema de abastecimento de água gratuito;
  • Financiamento para projetos de incentivo à agricultura familiar;
  • Melhorias nas estradas de acesso ao povoado;
  • Regularização fundiária do território.