No início de abril, lideranças afetadas pela cadeia da mineração se reuniram para discutir os impactos do Projeto Grão-Pará Maranhão, que pretende instalar um terminal portuário em Alcântara com cargas de até 350 metros de comprimento e uma estrada de ferro (EF-317) com aproximadamente 520 quilômetros de extensão.
A nova ferrovia ligará o terminal em Alcântara à cidade de Açailândia, no Maranhão, que já possui a Estrada de Ferro Carajás (EFC), ferrovia que corta mais de 23 municípios no estado e impacta cerca de 100 comunidades. As consequências desse novo projeto gerarão impactos de várias dimensões, especialmente nas comunidades quilombolas de Alcântara.
A partir desse novo desafio, o intercâmbio teve como função aproximar, mobilizar e informar essas comunidades, fortalecendo assim o processo de enfrentamento à implantação desses empreendimentos em nosso estado.
De acordo com Mikaell Carvalho, coordenador da Justiça nos Trilhos (JnT), esse encontro “possibilitou às pessoas de Alcântara visualizar os possíveis impactos que podem sofrer se o projeto de porto e ferrovia sair do papel. Isso só ocorreu por conta da participação de comunidades que já são afetadas por empreendimentos similares e que puderam compartilhar os problemas enfrentados”.
As estratégias de luta foram debatidas e construídas por movimentos sociais e territórios quilombolas de Alcântara, Santa Rosa dos Pretos (Itapecuru Mirim), Taim (Zona rural de São Luís), Piquiá de Baixo e outros.
Fotos: Mikaell Carvalho e Flávia Nascimento