Lideranças da Guiné ameaçadas pelo projeto Simandou visitam comunidades maranhenses violadas pela mineração
29 de julho, 2024

🛤️ Seja no Brasil, com o projeto Grão Pará-Maranhão, ou na cordilheira de Simandou, na Guiné, os grandes projetos de “desenvolvimento” da mineração demonstram sua capacidade de exploração e devastação da natureza, juntamente com a violência aos modos de vida das comunidades. 

📍Nos últimos dias, uma delegação composta por cerca de nove pessoas da Guiné, ameaçadas pelo projeto que visa destruir uma cadeia de montanhas para a construção de uma mina de ferro a céu aberto no sudeste do país, passou por cidades de Minas Gerais, Pará e Maranhão para conhecer as estratégias de defesa da terra pelas comunidades brasileiras.

“As minas serão abertas na cadeia de montanhas explorada, que é uma zona de floresta muito densa, com muita biodiversidade. Para chegar ao porto, que fica do outro lado, será construído um caminho de ferro que atravessará todo o país até o oceano. Com 600 a 700 km de comprimento, esse caminho entre as minas, o trem e o porto, que formam os três componentes, impactará o meio ambiente, as terras agrícolas, as terras de pasto e também as zonas de terra”, diz Ibrahima Sory Kourouma.

🤝🏿 A experiência de troca com os assentamentos Agroplanalto, João do Vale e Francisco Romão, próximos a Açailândia (MA), fez com que africanos e brasileiros se conectassem por meio da força da resistência, apesar das diferenças linguísticas aparentes.

✊🏾 Esse foi o conselho de Alzeneide Prates, mulher assentada e defensora da terra e dos direitos humanos: “Não podemos desistir daquilo que nos faz existir: a terra. Esses grandes projetos vêm para nos iludir, e depois voltamos à estaca zero. Que vocês não desistam da vida dentro dos territórios”.

Fotos: Yanna Duarte