Em reunião com a prefeitura de Açailândia e o promotor Denys Lima Rego, do Ministério Público do Maranhão (MP-MA), realizada na última quarta-feira (26), os moradores de Piquiá de Baixo e Novo Horizonte discutiram os problemas de acesso à saúde, transporte e infraestrutura, que ambos os bairros vêm enfrentando. Esteve representando a prefeitura, o procurador geral do município, Renan Rodrigues, e a secretária de assistência social, Patrícia Giroto. No entanto, a chuva já afeta os moradores e até agora a situação não foi resolvida.

Novo Horizonte: O início do período chuvoso preocupa os moradores

Atualmente, a principal urgência dos habitantes é que seja realizada uma drenagem no bairro, para que o nível das chuvas não continue a oferecer riscos à população. Durante o inverno, os moradores de Novo Horizonte tem suas casas invadidas pela água, as ruas são destruídas, formando crateras e buracos, e as pessoas são impedidas de trafegarem livremente até o trabalho e a escola. Além desses problemas, muitos moradores perdem móveis, veículos e chegam a ter que abandonar as suas casas.

A obra de drenagem em Piquiá da Conquista, bairro vizinho de Novo Horizonte, será concluída no início do segundo semestre de 2023. Com isso, a Associação dos Moradores do Piquiá (ACMP) se compromete e soma forças para pedir informar sobre a importância da Prefeitura de Açailândia dê prazos para continuar a drenagem em Novo Horizonte. 

Toda a parte responsável que cabe à Associação do bairro Piquiá da Conquista realizar para que os impactos da chuva sejam minimizados em Novo Horizonte tem sido realizada. A empresa CAP Engenharia realizará a drenagem no bairro de Piquiá da Conquista e construir três açudes para frear o impacto da água da chuva que desce para Novo Horizonte.

A presidente da Associação de Moradores de Novo Horizonte, Irazilda, conta que, devido ao alto nível da água durante as chuvas, os alunos tem sérias dificuldades para sair de casa até o ônibus que os levam para a escola, porque o trajeto de quase 3km é cheio de água e buracos. Nesse percurso, a correnteza quase levou duas crianças, e Irazilda teve que correr para resgatá-las. Por conta disso, ela teve problemas na perna, e desde então já teve gastos que chega a quase de 5 mil reais em remédios e tratamentos.

Para ela, o sofrimento mental e físico que os moradores de Novo Horizonte sofrem durante os períodos chuvosos é grave e necessita de atenção. “Nós gostaríamos que o poder público olhasse com humanidade pra gente, porque a gente vem sofrendo com a água”, finaliza. O que Irazilda e tantos outros moradores e moradoras demandam é que uma drenagem seja feita antes que o período de inverno se inicie, para que os moradores não corram riscos de vida.

Em reunião com o Ministério Público do Maranhão (MP-MA), em Açailândia, a Prefeitura disse que já estava ciente da situação e iria tomar as medidas cabíveis para a construção da drenagem antes do período chuvoso.

Piquiá de Baixo: falta de agentes de saúde no posto local, problemas na iluminação pública e segurança preocupa moradores

Os(as) moradores(as) de Piquiá de Baixo lidam com inúmeros problemas de infraestrutura que dificultam o acesso à cidade, saúde e bem estar das pessoas que moram no bairro. Os residentes relatam a falta de agentes de saúde no posto local, o transporte público municipal não vai até Piquiá de Baixo para deixar e buscar os passageiros, e a falta de água é constante, chegando a durar dias.

A infraestrutura no bairro de Piquiá de Baixo, localizado a 15 km de Açailândia, deixa a desejar. De acordo com a moradora Sebastiana Costa, 32, uma das dificuldades na questão do transporte é que a volta para o bairro é bem mais difícil quando se depende de ônibus. À noite, o único horário é o das 22h40, fazendo com que estudantes esperem ainda mais no ponto de ônibus para voltar pra casa. Quanto ao taxi lotação, a situação não é diferente, já que param de rodar às 20 horas da noite. Além dessas dificuldades, nem sempre a linha de ônibus chega até Piquiá de Baixo.

“A gente nunca teve uma infraestrutura aqui porque as ruas de Piquiá de Baixo nunca tiveram calçamento. E eles alegam que não vão fazer mais nada aqui por conta dessa mudança, que a gente vai ser reassentado. A gente também tem falta de segurança no clube de mães, onde realizamos muitas atividades, já foi assaltado. Além disso, às vezes ficamos sem iluminação pública, e isso dificulta a realização de esportes com as crianças e adolescentes da comunidade”, descreve Sebastiana.

Outro problema enfrentado pelas pessoas é a precariedade da coleta de lixo, que passa apenas uma vez por semana ou não passa. Com o lixo que as pessoas jogam nas ruas e locais perto do rio, os entulhos se acumulam e acabam poluindo a área. Quando o período de inverno chega, os lixos são carregados pelas chuvas até o rio.

Os moradores ainda relatam um aumento na conta de energia, devido ao balenário mais próximo puxar a energia do bairro, ocasionando o prejuízo no fim do mês aos moradores. Em reunião com o Ministério Público, o procurador geral do município, Renan Rodrigues, disse que iria encaminhar os problemas de saúde, energia e transporte aos secretários responsáveis.

Quanto à questão do transporte, Renan disse que “o município não tinha uma empresa concessionária do serviço público. Isso foi regularizado recentemente, há alguns dias, e a empresa está para assinar o contrato”, esclarece.

Por José Carlos Almeida e Yanna Duarte